- Aí que dor ter que escrever e compreender, será se mais uma vez me quebrei pelo caminho sem perceber?

Daqui da minha janela posso me enxergar indo. Parece até ilusão de ótica, será se era eu mesma? E em frente à minha janela estava as minhas antigas paixões dizendo: - Parece mais a paciência, recordo dela insistindo perto da minha porta, ela bradava: "Irei ficar aqui mesmo que seja essa a única coisa que faça". Da janela parecia ser impossível aquela lá em baixo ser eu, pois eu amava até os meus defeitos e jamais fecharia a porta para o meu ser.

- Aí que dor ter que escrever e compreender, será se mais uma vez me quebrei pelo caminho sem perceber?

A desilusão em um ato de covardia tentava me enganar, espalhava flores por todas as sacadas e falava: - Calma menina, aquela é a tolerância, ainda lembro dela querendo passar pela brecha da minha janela desejando ser amiga de quem nunca quis seu bem.

Em lágrimas me parecia tão cruel fica dali, daquela janela, deixando o meu eu se ir.

A minha vontade era descer as escadas e gritar o meu nome de uma forma como se nunca tivesse gritado antes e me colher nos meus próprios braços demonstrando que a paciência e nem a tolerância fizeram aquela bagunça dentro do meu ser. Mas a solidão me impedia, estava escorada por fora da casa e cantava do outro lado: - Tudo isso é para o seu bem, melhor só do que mal acompanhada.

Dizia o que ainda restava de mim: - Como não poderei ser eu a minha melhor companhia? Mas a ansiedade estava com a solidão e rebateu: - Pare de contar sobre sentimentos que não existem dentro de você, pois nós duas sabemos aquém pertence todas as tuas intenções e não é para o teu ser.

Fiquei ali, sentada ao pé da porta, sem forças para encarar o que estava lá fora, parecia o meu fim. Foi quando ouvi um barulho vindo da minha sacada, era a coragem que tinha se arriscado só para dizer que poucos metros dali seria para o chão e que os estragos seriam menores que as minhas ilusões, corri, ela, a coragem, me abraçou e pulei, me joguei para onde nunca deveria ter saído que era para dentro de mim.

Autora: Jonatielen Silva e Silva 

                                                                   


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