Tenho medo! Medo de me entregar a minha própria obra de arte e deixar de ser autora e virar a estrofe menos lida, compreendia, o coadjuvante da história narrada.


Tenho medo. Medo de um dia as minhas palavras não serem mais entendidas e me perder dentro do meu próprio mundo que as vezes me deixa muito solitária. Tenho medo dos meus refrãos não me representarem mais, fixando um passado sem sentido causando um presente com poucas razões de viver. 

Tenho medo! Medo de me entregar a minha própria obra de arte e deixar de ser autora e virar a estrofe menos lida, compreendia, o coadjuvante da história narrada. 

Tenho medo de acordar em uma bela manhã e perceber que não tenho mais o dom, o dom de escrever tudo aquilo que precisam ler. Tenho convivido constantemente com inúmeros medos que as vezes me paralisa quando deveria me posicionar. Ainda me lembro, dos medos que tinha quando era criança, a sensação de ter algo embaixo da minha cama e os pesadelos que vinham ao meu encontro para embalar o meu sono, todo aquele teatro parecia insuportável, insuperável, hoje, a escuridão é como bálsamo para os meus olhos e palco para a minha imaginação trazendo a certeza que os meus medos de hoje podem ser a melhor parte de mim amanhã.

Autora: Jonatielen Silva e Silva 
                                                                           



  

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