Cheguei à conclusão de que não estou preparada. Definitivamente não estou preparada para viver outra história de amor parecida com a nossa. Por incrível que não pareça, tinha esquecido de como respirar o ar apaixonado, dói.
Somos tão complexos que nenhuma prosa conseguirá explicar essa mistura que você é, as vezes tão completo, parece ser tudo que mereço e mais um pouquinho, e de uma forma estranha se transforma em tudo que deveria me deixar longe, passa ser o meu ponto do desequilíbrio.
Ainda me recordo da primeira vez que realmente gostei de um garoto, eu era a mais feia do grupo, sempre usei óculos e estava acima do peso. Ele? Bem... Ele era a sensação das meninas, lindo, bem arrumadinho era o meu melhor amigo, passávamos horas e horas conversando sentados em frente a uma igreja escorados em um fusca cor de rosa que pertencia ao seu pai, falávamos sobre tudo, corríamos ao redor da igreja e "roubávamos o caju do vizinho da igreja" ele sempre, sempre sentava próximo a mim, nos cultos quando eu menos o esperava, ele estava lá.
Até que um dia resolvi pegar em sua mão, era noite, estávamos juntos, sentados bem pertinho, chovia, frio, era inverno, foi quando percebi que os nossos amores eram diferentes, ele me via como uma companheira de histórias. E eu?... Bem... Como um alguém que não poderia encontrar em mais ninguém.
Aquela noite ficou na minha memória, o meu primeiro amor começando a me ensinar que em sua maioria das vezes ele mais machuca do que cura. Ao falarmos sobre constituir família, ao ter um parceiro esquecemos o quanto essa decisão nos deixa vulneráveis, o amor nos deixa sem reação e transforma as nossas convicções em meros fragmentos encontrados na imensidão do universo, e como uma poeira cósmica nos tornamos um nada diante dos nossos próprios sentimentos, rendidos só nos resta uma única saída, é aceitarmos a mais baixa e dolorosa forma de sermos indefesos.
Autora: Jonatielen Silva e Silva
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