Silêncio.

Sair pelas ruas da minha cidade, sabendo que não te encontraria, busquei alento nas cores do pôr do sol, que por sua vez não me deixava te esquecer. Fazia questão de sussurrar: 'Será que ele contempla o mesmo sol, que queima sua pele e esfria seu coração? Ao perceber que és mais um dia sem saber se comeu ao meio-dia?' Retornei para casa onde me achei sem ânimo e me pus a escrever a carta de hoje, só para não perder o hábito de te dizer 'eu te amo' todos os dias, pois mesmo sabendo que não ouvirás o meu canto que fiz para ti.

 Ainda pretendo registrar todas as minhas tentativas de sobreviver até o dia do teu regresso. Nesta narrativa quero declarar sobre esse medo, que apareceu sem ser convidado, dando a entender que a maior dor que há nesta vida é perder um amor que chegou sem querer chegar, sem calcular os desarranjos que esse afeto poderia nos causar. 

Dentro do meu silêncio, que tu insistes em dizer que não existe, tu lá, estás me salvando, pois é ele que está me fazendo recordar, me lembrar de como minhas poesias têm sentido desde quando tu quiseste ficar. Neste mais um dia, com a falta da tua voz, torturada pelo cheiro do seu perfume que ficou nos lençóis aqui de casa, sigo tentando manter aquela pose que faz você se confundir, esquecendo ou não percebendo esses detalhes citados dentro da carta de agora. Hoje, te convido, meu amor, ao perceber o quanto sou dependente do teu amor mesmo sem querer ser, e peço, não deixes esse meu jeito de disfarçar que te confunda, ou que duvides do meu sentimento que me une a ti.

Autora: Jonatielen Silva 
                                                                    

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