Cartas são presentes diários.


Após 304.167 dias, estou registrando o meu primeiro "eu te amo" que não será entregue a você. O motivo? O universo está desafiando nossos corações ao limite. Antes era apenas a distância geográfica, agora, foi adicionada a distância da comunicação. Sem celular, estamos ligados ao juramento que fizemos e ao símbolo que representa, a aliança. 

Estão escritos todos os "eu te amo" que desejei dizer, mas você não pode ouvir. O primeiro mencionado nesta carta digital foi uma hora antes deste momento, e como toda poetisa, sinto meu coração apertar, trazendo-me a sensação de como é difícil respirar quando você não está. O curioso é que posso te ver e ouvir você dizer: "drama amor, eu te amo, você é o meu presente diário". Talvez a facilidade de nos ter não nos permita ver o quanto precisamos um do outro, até nos dias em que achamos que somos suficientes. 

Escrevo esta carta para não perder o hábito de te dizer que a vida só tem sentido com você. A melhor parte é te encontrar e narrar como é monótono meu cotidiano quando você não está. Hoje, já é outro dia, e sigo desejando te encontrar. Mas não me iludo quando digo que gostaria, com os meus versos, te encantar, pois parece que não escrevo para ti. Comporta-se como se houvesse alguma chance de ter outro muso dentro do meu ser. Enganado está o teu coração ao não perceber que sofro e canto, componho esta canção para declarar toda a minha intenção de dizer "te amo", mesmo sem poder ouvir a minha melodia.

Por Jonatielen Silva 
                                                                   

 

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