Os finais felizes sempre são no plural.

Fiquei sem reação hoje pela manhã. Esbarramos pela rua e parecíamos dois estranhos. Você fingiu mexer no celular e eu por minha vez tentei aparentar que a sua presença era insignificante para mim. Não tínhamos nada a ver com aquele casal de algumas semanas atrás entregue ao desejo e a vontade de ficar juntos, com companheirismo, planos, enfim! Meu coração acelerou, fiquei pálida e sim! A sua presença não foi insignificante, e não está tudo bem também! Mas vai ficar! Tudo que vem acontecendo está servindo como degrau da escada que serve de acesso à porta que irei fechar com você do lado de fora. Por opção minha? Não! Por escolha sua.

 Mais cedo ou mais tarde o universo vai cansar de juntar nós dois, mais cedo ou mais tarde irei acordar uma manhã e descobrir que as minhas manhãs podem ter outros cenários; vou encontrar outros sentidos para os meus textos, aí um belo dia você vai ler e lembrar que eles não são escritos para você, não vai encontrar nós dois entres as linhas, mas vai achar um casal desconhecido, e, talvez lembre dos movimentos que vivemos; vai dar uma dor no coração por não ter transformado a nossa história a sua favorita.

 E eu? Não vou estar igual a Luan Santana! Não vou estar em uma cadeira de balanço, velha, gagá, te esperando. Vou estar com a casa cheia de netos, com a minha coleção de histórias, algumas vividas, outras assistidas, mas acima de tudo vou ser a própria história que te contava todos os dias que um dia iria ser completa. Que o seu final não seja solitário. Os finais felizes sempre são no plural.


Autora: Jonatielen Silva e Silva 



                                                                       

                                              

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