- Menos dias amarelos


Você foi embora. Virou as costas e fugiu sem saber de que quem você simplesmente foi. Eram tantos ruídos que confundiram todos os seus sentimentos, fizeram você pensar que o mais fácil seria abrir mão dos seus sonhos, das suas metas, das suas ideologia. Te manipularam ao ponto de você ter vergonha das cicatrizes de guerra que carrega na alma, criticaram a sua essência, falaram das suas raízes, do seu povo, da sua gente, te coagiram como bicho, diminuíram a sua luta, cancelaram o seu talento.

Para muitos a sua história não passaria de mais um menino negro, periférico, a margem da sociedade, fragilizado e negado de todos os diretos, mas a sua singularidade ultrapassou fronteiras, você lutou como gente grande, e o que as pessoas chamaram de fim você transformou em oportunidade. 

Oportunidade de conhecermos histórias como a sua que são escritas diariamente por pessoas que tentam ser compreendidas mas não são, que tenta ser menos agitados, que matam vários leões por dia, que imploram a todo tempo para serem amados mas não são. Derrotado, foi da forma que você se alto enxergou naquela noite, morto para você mesmo mas vivo dentro de todas as possibilidades de um amanhã menos militante/individualista e mais coletivo com todas as cores que devem ter.

- Menos dias amarelos

Autora: Jonatielen Silva e Silva 


                                                                      

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